Conversas da treta... ups... de circunstância...
Avisados que estavam os leitores da minha vontade intensa de blogar, não se admirem, portanto, que escreva tão assiduamente agora... há que aproveitar estas torrentes de ideias luminosas, uma hiperactividade cerebral considerável que desperta os meus sentidos para os rídiculos da vida e coisas grindantes que nos rodeia e depois me dão vontade de expor, com imenso carinho, no nosso blog (sim, porque ele é de todos nós)!
Hoje baldei-me às aulas da parte da parte, desde há uns tempos para cá que a minha mãe, pai, irmão, cão, gato, etc. me chateavam para ir ao médico fazer os exames do costume (nada preocupante, mas cá em casa criou-se a mania dos check up anuais). Como a vida anda cara e não dá para estar sempre no consultório particular do médico de família, resolvi marcar consulta através do Centro de Saúde. Ah e tal, esses procedimentos que não interessam a ninguém... chegamos à hora do atendimento propriamente dito. Lá fui eu às 13.30h esperar pela minha vez (que era logo a segunda), sentei-me na cadeira a ler um panfleto sobre doenças (que outra coisa poderia ser?!) quando começam a chegar as pessoas para as consultas seguintes.
Já devem imaginar o que vou escrever a seguir... se há coisa que me grinda é estar quietinha no meu canto e ser metida no meio das conversas sem ter vontade de expressar a minha opinião. Isso ou que tentem ler por cima do meu ombro. Por favor!!! Onde fui buscar este panfleto existem dezenas deles... querem ler?! Arranjem o vosso!
Voltando ao assunto, faço o meu papel de miúda bem educada, cumprimento as pessoas que chegam e assim, mas se não as conheço de lado nenhum, não me interessa saber do que se queixam... deixem lá isso para o médico, que ao menos está a receber para isso!
Para verem o caricato e embaraçante da situação, eis a seguinte conversa na qual fui apanhada:
Senhor: "Boa tarde menina. O doutor já começou a atender?"
Eu: "Sim, está a dar a primeira consulta."
Senhor: "Ah que bom, eu sou o 6, mas a minha filha tirou o 3 e eu vou trocar com ela..."
Eu: (sorriso forçado) "Pois..."
Senhor: "Sabe menina, ela veio para cá às 6h da manhã e eu só vim às 8h e já só apanhei o 6... tenho de falar com o médico para ele me assinar um papel porque a minha mulher está muito mal no hospital."
Eu: (sorriso forçado) "Pois é... pois é... isto é um círculo vicioso, as pessoas vêm cada vez mais cedo."
Senhor: "Ah que desgraça, ela teve 1 AVC e agora está muito mal..."
Senhora que acaba de chegar: "Oh Jesus, isso quando é assim mais vale morrer! Eu sei que é sua mulher e que deve gostar muito dela, mas olhe que ela está só a sofrer e a fazer os outros sofrer. Nosso Senhor não devia deixar isso acontecer, devia levar logo a pessoa... mais vale morrer!" e bla bla bla bla, nesta altura aproveitei para retornar ao panfleto.
Fantástico, aposto que aquilo que uma pessoa doente ou amiga de uma pessoa doente mais gosta de ouvir que é devia ter morrido... Ele há com cada uma, realmente!
Neste caso só me apetece mesmo dizer... Oh meus amigos, ezzzzzz ezzzzzzz....