Monday, October 30, 2006

QUEREM SABER ALGO QUE CONSEGUE GRINDAR OS MEUS GEARS?!
Pois bem, eu digo vos: Insónias. porque me forneçem demasiado tempo para pensar, para estar a sós comigo mesma, e pensar, e voltar me para o outro lado da cama e dizer para mim mesma, já chega, vamos a dormir... tic tac, tic tac, e depois quando dou por ela o grand father clock soa as 2h, e depois as 3h, 3h15, 3h30... mas enquanto passam os tic tacs e entre um ou outro sonoro ressonar paterno... penso, e penso, e escavo com uma caterpillar no fundo das gavetas da índia (aqueles neurónios arquivo que tem tanta informação quanto transeuntes em nova dehli em hora de ponta, daí o nome gavetas da índia)aquelas que quanto mais remexemos mais perguntas temos e menos respostas, só mais bifurcações...
Em geral até gosto de estar chez moi, comigo mesma... excepto quando tenho insonias...Perguntar-se-ão como pode alguém gostar de estar sozinha?! se não aperciarmos a nossa própria companhia, se não nos tolerarmos, se não achar-mos que a nossa própria conversa pode ter algum interesse, porquê e para quê sujeitar os outros a aturar-nos!? isto leva-me a divagar sobre as reacções que tenho quando digo, repito digo e não pergunto ou seguer sugiro, mas digo que vou ao cinema... "aí sim... e vais com quem?!" "ninguém" respondo eu... troco: sobrancelhas arqueadas e "o quês" ... que há de tão estranho de ir só ao cinema... !? será que temos de ir obrigatoriamente para namorar, ou sair com as meninas, ou levar o primo pequeno, ou levar a avó e partilhar um daqueles filmes que mais ninguém quer ver? É claro que gosto da partilha, mas partilhar deveria ser um valor acrescentado, um daqueles cliques de que estar com o outro me traz algo de novo que por mim mesma nunca alcançaria. Como poder dizer uma piada private e saber que alguém do outro lado da mesa percebe e te devolve um daqueles sorrisos de "já te topei, mente preversa!"
Estar sozinha é tirares um dia e meteres-te à cidade, ir a lado algum, a uma livraria, a uma gelataria(sim essa mesmo!), a conferências e palestras(é notoriamente estranho os olhares que nos são dirigidos enquanto moças de idade aparentemente novo quando vamos sem companhia ou aos magotes a conferências ... hum, até parece que os ticos e tecos trabalham em circuito industrial!), a museus, passear à beira rio, ou beira mar, almoçar ... vaguear.
O problema das insónias é que partilhas com um despertador com letras (ok, dígitos), pérolas de sentido de humor aqutilante, ideias que dariam optimas discussões num café, revês o teu dia e apercebes-te das crueldades que fizeste, e sentes particularmente que se calhar x ou y não teriam de te aturar, mas fazem-no por alguma razão.
O problema das insónias é o dos porquês, de tal forma que já não contas carneiros, mas sim pontos de interrogação, bem gordos e cuja pintinha a custo salta a vedação, para se tornar numa declaração.
O problema das insónias é olhar para o telemóvel e pensares, hum será que já é muito tarde?
O problema das insónias é dar-me espaço para pensar e falar com Ele.
Insonias... mesmo sem tomar café há mais de uma semana, insónias continuo a ter... e o que me grinda particularmente... é saber precisamente qual a gaveta que está encravada... mas na qual não quero mexer... nem para abrir, nem para fechar...
Só quero adormecer... porque assim, quer sonhe sweet dreams (duvido, deixei de os ter aos 16), wild dreams, looneytune dreams(nestes transformamo-nos em speedy gonzales e levantamos pó à passagem), nightmares ou simplesmente no dreams, não há lugar a gavetas encravadas.
Dirão então qual o teu bicho papão, gostas de estar sozinha mas não de ter insónias?!
A questão não é a de estar sozinha... é de saber que não estou só... mas estou bem sozinha... não é bem sozinha... estou comigo e em boa companhia... mas quando o relógio apresenta-se às 4 horas da matina... e sabemos que é uma boa hora para ter companhia! De preferência a de um cavalheiro que dá pelo nome de João Pestana e que na Sininho tem a melhor aliada.
Good night & bons sonhos sejam eles de que tipo forem.

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